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Por que alguns países da Ásia já faziam uso da máscara protetora antes mesmo da pandemia?

Por que alguns países da Ásia já faziam uso da máscara protetora antes mesmo da pandemia?

A pandemia de Covid-19 que já chega a pouco mais de um ano e já chegou a x mortes em todo mundo, nos mudou de várias formas: como nos relacionamos, como viajamos, a maneira que usamos espaços e até mesmo a forma de nos vestir.

Um dos novos acessórios, a máscara, definitivamente veio para ficar. A previsão dos cientistas é que o uso desse acessório se prolongue por pelo menos 3 anos. (LINK EXTERNO QUE FALE DISSO)

No início da pandemia, foi recomendado pela Organização Mundial da Saúde que as máscaras fossem utilizadas apenas por agentes da saúde. Porém, conforme o vírus se espalhou, viu-se a necessidade de que cidadãos também fizessem uso, tornando a máscara a maior estratégia de combate a pandemia, aliada ao distanciamento social.

Enquanto muitas pessoas de diferentes países tiveram dificuldade para se adaptar a esse novo hábito, o Japão tirou de letra: há anos a máscara faz parte do cotidiano dos japoneses.

Em entrevista a BBC, Mitsutoshi Hori, professor de sociologia da Universidade de Shumei, no Japão explica que "Quando alguém está doente, por respeito, usa a máscara para evitar infectar os outros".

"Mas não é a única razão pela qual os japoneses têm esse hábito. Não é apenas uma prática coletiva desinteressada, mas um ritual autoprotetor", acrescenta.

Até o começo de Dezembro de 2020, o Japão foi um dos países que mostrou maior controle de infecções e mortes por Covid-19, analistas apontam que o uso generalizado da máscara que já fazia parte do hábito dos japoneses foi uma das razões desse controle.

Como o hábito de utilizar máscaras surgiu na cultura japonesa?

Registros mostram que durante o período Edo (1603-1868), os cidadãos cobriam o rosto com um pedaço de papel ou com um ramo de Sakaki (planta considerada sagrada em algumas regiões do Japão), para impedir que seu “hálito sujo” saísse.

"Existem algumas referências a esse tipo de prática nos livros, elas não eram tão comuns como são agora", explica Horii. "Naquela época, embora houvesse um conceito de limpeza, não havia tanta consciência dos efeitos que vírus e micróbios têm em nossa saúde como hoje", disse o sociólogo.

Mas foi durante a gripe espanhola no início do século 20 que ficou claro que o uso das máscaras se tornaram hábito para os japoneses. A pandemia de gripe espanhola na época, causou cerca de 23 milhões de infecções e 390.000 mortes, em um país que na época tinha 57 milhões de habitantes. 

O sociólogo explica que as medidas tomadas pelo governo na época, não foram muito diferentes das que estão sendo tomadas hoje para a Covid-19: “O governo japonês montou uma estratégia de vacinação, isolamento e uso de máscaras cirúrgicas ou máscaras faciais para impedir a pandemia, o que acabou ajudando a controlar a crise".

Apesar do uso de máscaras ter sido uma medida de prevenção em todo o mundo durante a gripe espanhola, porque apenas os japoneses (e algumas sociedades asiáticas em menor grau) continuaram usando como parte de sua cultura?

Horii destaca que é um hábito comum dos japoneses cobrir a boca e que durante a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que atingiu o sudeste da Ásia em 2003, esse hábito foi o que pode ter ajudado os japoneses a não ter sido afetado por isso “Enquanto o vírus afetou fortemente os habitantes de outros países na região, no Japão não houve vítimas", diz Horii.

"E isso não apenas provou que os cientistas estavam certos quanto à eficácia das máscaras faciais para evitar o contágio, mas também reforçou seu uso", observa o acadêmico.

Horii acrescenta que a emergência que o país sofreu em 2011, após o tsunami que destruiu a usina nuclear de Fukushima, também ajudou a disseminar ainda mais a necessidade da proteção pessoal.

 

 

Fonte: BBC

 

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